terça-feira, 14 de novembro de 2006

As Crônicas Acronológicas:
O homem que usava 3 pares de sandália


Oi, galera! Tudo bom? Nossa série já está nos últimos capítulos. Não percam.

Outro dia imendei o feriado e fui a alguns lugares populares. Quanta gente eu encontrei! Uma multidão! Quando já estava indo para casa, encontrei o homem que usava 3 pares de sandálias simultaneamente. Quando eu o vi, comecei a enxergar algo, que durante todo o dia não havia me dado conta.

O homem que usava 3 pares de sandália talvez não seja uma visão bonita, mas é um belo exemplo de superação.

O homem que usava 3 pares de sandália talvez seja um homem deformado, mas que Homem não é? O pecado nos deforma. Egoísmo, inveja, brigas, intriguinhas, falta de amor são pecados, que vemos até dentro das igrejas. ( Um parênteses: Você tem o amor de Deus - aquele descrito em João 3:16 - em você. Jesus não negou esse amor, mas nos deixou o mandamento de amarmos ao próximo como a nós mesmo. Quem somos nós para negar esse amor às pessoas?).

O homem que usava 3 pares de sandália talvez se assemelha a um animal, mas o pecado não nos afasta da semelhança de Deus e nos torna semelhantes a animais?

O homem que usava 3 pares de sandália tinha um problema físico e andava engatinhando. Ele usava um par de sandália nos pés, outro nas mãos e outro nos joelhos. Quando eu o vi, senti empatia por ele.

( Outro parênteses, esse eu tirei da Wikipedia:

Segundo Hoffman (1981), empatia é a resposta afetiva vicária (que faz as vezes de outrem ou de outra coisa, substitui. Cristo morreu em nosso lugar.) a outras pessoas, ou seja, uma resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa, e não à própria situação. Pesquisas indicam que a empatia tem uma resposta humana universal, comprovada fisiologicamente. Dessa forma a empatia pode ser tomada como causa do comportamento altruísta, uma vez que predispõe o indivíduo a tomar atitudes altruístas.

Vamos continuar. Fecha parênteses.)

Eu gostaria de poder fazer algo pelo homem que usava 3 pares de sandália, gostaria que Deus o curasse, que o restaurasse. Mas fui incapaz de me oferecer para orar com ele. Fiquei com medo, fiquei com dúvidas: " E se eu estava na carne? E se Deus não o curasse? E se não era a vontade de Deus? E se Deus...". Deixei de orar e de abençoar aquela vida, deixei de fazer a obra, deixei de agir com ousadia no Espírito Santo... me senti péssimo. Foi quando percebi, me dei conta, que durante todo o dia havia passado por muitas pessoas que mancavam, puxavam uma perna, que tinham problemas físicos. Isso me levou a pensar, que os problemas físicos eu podia ver, mas não podia ver problemas psicologicos, sentimentais, espirituais, etc. Na multidão que eu encontrei naquele dia, quantas pessoas deveriam ter algum problema? Se é que alguém não tem problemas. Eu tenho os meus problemas, mas posso contar com Deus que não me deixa, nem me abandona, e me garante a vitória. E a multidão? Eles tem alguém?

O homem que usava 3 pares de sandália é um exemplo. Ele não teve vergonha de assumir sua condição, eu tenho que aprender a não ter vergonha de ser filho de Deus e como filho servir meu próximo. Ele teve coragem de encarar os desafios para poder viver, muitas vezes sou acomodado e fujo dos conflitos, tenho medo e me escondo. Ele encontrou um meio para poder se locomover (usar 3 pares de sandálias), eu me amedronto e deixo de abençoar o próximo. Enquanto eu ensaio passos de fé, ele, com toda dificuldade de locomoção, em cada passo anda acreditando que vai chegar.

Somos luz do mundo e sal da terra, somos agentes de transformações, precisamos, a começar por mim, a agir cientes disso.

Não só os que tem problemas físico tem problemas. Todos tem problemas, das mais variados tipos, até os evangélicos tem problemas. Nós somos podemos abençoar, podemos interceder, podemos levar as pessoas a conhecer a Deus e a ter um relacionamento íntimo com o Pai.

(Mateus 5:13-16) Vós sois o SAL DA TERRA; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois A LUZ DO MUNDO. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

As Crônicas Acronológicas:
Ensaio sobre a cegueira

Oi, galera. Espero que estejam gostando, ou pelo menos acompanhando, a série As Crônicas Acronológicas. No episódio de hoje, quero falar sobre alguns pontos da cegueira.

Paulo diz: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, MAS CRISTO VIVE EM MIM; (Gálatas 2:20). Quanto realmente nos anulamos e deixamos Cristo viver em nós?
Quantas vezes nós, evangélicos, não nos deixamos levar pela ira, pela raiva, pela inveja, pelo ciúme, pelo egoísmo, pelo egocentrismo, pela falta de amor. Quantas vezes não nos comprometemos com as coisas de Deus, sendo relapsos e irresponsáveis. Mas ainda assim, nos vestimos de uma "capa de santidade" e nos julgamos melhores que os outros, sem erros, sem falhas. Vemos defeitos nos outro, mas é tão difícil aceitar o mais óbvio dos defeitos em nós mesmos. O pior é quando só enxergamos defeitos nos outros e nos tornamos incapazes de ver suas qualidades.
Em Mateus 9:9, vemos como Jesus olha para um cobrador de imposto, pessoa má vista pelos judeus. Quando Jesus olhou para Levi, Ele viu Mateus. Ele viu o potêncial de Levi, viu o que Mateus seria lá na frente. Jesus viu qualidades onde todos viam defeitos. E fez mais, acreditou nelas, dando uma change para ele. Será que enxergamos como Jesus? Ou estamos cegos pelos defeitos de alguém?

Mas, numa completa inversão do ponto sobre a cegueira. Precisei ajudar uma moça cega outro dia. Era domingo e os ônibus demoravam a passar. A moça cega estava ficando impaciente, ansiosa, desesperada. Já havia pedido ajuda para algumas pessoas, que se foram e a deixaram ali. Pensou em desistir. Se desesperou, quando alguém disse que seu ônibus havia passado. Foi quando me ofereci para ajudá-la.
Ela não me via, não me sentia (não dei meu braço para ela), por algumas vezes me ouvia (em algumas, eram ruídos inexprimíveis - eu falo meio enrolado). Seu eu fosse embora, ela não saberia, só lhe restava confiar em mim, pois disse-lhe que iria ajudar. Quando a levei até a porta do ônibus, ela precisou se deixar conduzir. Ela estava dependendo da minha ajuda. Assim também é com Deus, não O vemos, não podemos tocá-Lo, mas precisamos confiar Nele, deixá-Lo conduzir nossas vidas e depender totalmente Dele.
Bom, vocês conhecem o ditado: "O pior cego é aquele que não quer ver". Então pergunto: Quanto realmente dependemos de Cristo? Quanto realmente somos imitadores de Cristo?

(Lucas 6:39) E propôs-lhes também uma parábola: Pode porventura um CEGO guiar outro CEGO? não cairão ambos no barranco?

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

As Crônicas Acronológicas:
Fazer, Ser ou Viver



Oi, galera! Tudo bom? Hoje vou compartilhar algo meio conceitual, meio filosófico, com vocês.

A principio, eu acha que o importante era FAZER. Afinal, se algo precisa ser feito, tem que ser feito. Independente até de quem vai fazer, um resultado é esperado e a ação para atingir esse resultado deve ser feita. Quem faz, faz porque reconhece a necessidade e a importancia de se FAZER (ex.: pode ser algo que benificie o próximo).

Depois, comecei a achar que o importante era ser. Pois, para ser é preciso tomar uma postura frente a vida e as pessoas. Lembro de uma peça, que meu professor de Educação Artistíca, apresentou uma vez, onde ele dizia: "Para ser não basta existir, para ser é preciso rasgar a carne e mostrar o osso...". Sentiu a dor que é SER, é preciso ter coragem e decidir SER. Para ser é necessário se comprometer, ter maior envolvimento, assumir a responsabilidade de ser.

Faço, constantemente, essas reflexões sobre SER e FAZER. Principalmente, com relação a trabalhos e ministérios dentro da igreja.

O problema com o FAZER é que fazemos só nossa parte, só o que queremos fazer. Marcamos de fazer evangelismo, com local e data definidos, definos também aquilo que iremos fazer e não fazemos mais do que isso; mas passado o definido, nos preocupamos com as pessoas evangelizadas? Se estivessemos mais envolvidos com a responsabilidade de evangelizar, nos preocupariamos com nosso testemunho, pois através dele fazemos evangelismo todo o tempo.

O problema de SER é que muitas vezes buscamos um Status. Quanta gente quer SER aquele que dá idéias e sugestões (não que isso seja ruim), mas na hora de colocar em prática some e não se envolve. Quantos querem ser líderes, ser parte de mesas, de bancadas, de comissões organizadoras; mas não hora de colocar a mão na massa desaparece. Quantos chegam até a assumir responsabilidades diante dos líderes e das pessoas, mas não cumprem com suas palavras, mas querem ser reconhecidos e elogiados.
Outros, com chamado para missões, estão esperando SERem missionários para FAZERem missões.

Não adianta SER, se nada fazemos. Tão pouco, adianta FAZER algo, sem SER responsável e envolvido com o que se está fazendo, pois todo trabalha é perdido.

Precisamos VIVER a Palavra de Deus, em sua totalidade. A palavra nos diz que somos filhos, e que devemos SER imitadores de Cristo. Emitar a Cristo é fazer o que Ele fez, o que Ele faz, é emitá-lo em seu amor. Na igreja, estamos sempre em nossa rodinha de amigos, mas devemos amar igualmente a todos os membros, como Jesus amá-os. Devemos amar a todas as pessoas e fazer mais, devemos servi-las ( "O Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos" [Mc 10, 45]).
VIVER a Palavra é FAZER a vontade de Deus ("E saberemos que conhecemos Deus se guardarmos os seus mandamentos.[I Joao 2:3]).

Será que estamos vivendo a Palavra? Será que estamos sendo imitadores de Cristo? Será que estamos fazendo a Vontade de Deus?

(Tiago 2:17) Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

As Crônicas Acronológicas:
A normal banalização da vida


Fala, galera! Hoje é o segundo dia da série que comecei ontem, que consiste de reflexões que fiz e faço sobre asuntos que me preocupam.
Não sei se vocês já viram a novela das 8. A televisão continua prestando seu serviço de desinformação, deseducação e inversão de valores. Como cantavam os Titãs: " A televisão me deixou burro, muito burro demais".
Na novela há um homem casado que flerta com uma garota, que embora se faça de difícil, tá facinha-facinha. Envolva isso com declarações de amor e com uma música romântica de grande sucesso no momento, adicione uma esposa um tanto fútil e chata... voilá, temos a audiência torcendo pela traição e pela infidelidade.
Talvez eu seja um caxias, afinal, traição e infidelidade são tão normais hoje em dia, né?
Né, NÃO!!! Né, coisa nenhuma!!!
Faça um esforço mental, há pouco tempo atrás isso e tantas outras coisas não era normais. Lembra?
Hoje é normal se ver garotas de programas escrevendo livros e dando entrevistas; travestis, que se prostituem, falando do seu "trabalho" em programas de TV; atrizes/ atores/ celebridades fazerem filmes pornos. Como consequência, é normal vermos o aumento de etiquetas de anúncio de acompanhantes impestiando os orelhões, coisa que não acontecia há 7 ou 8 anos atrás.
A TV... e não só a TV, mas toda a mídia (tv, rádio, revistas, sites, músicas, comerciais etc) diz que é super normal ficar, é super normal um adolescente descobrir o sexo, é super normal ter relações sexuais sem um envolvimento sentimental. Consequentemente, é super normal adolescentes grávidas ou mães adolescentes. É super normal assumir o filho, mas não casar com mãe da criança, se você não a ama. Por isso, é super normal vermos mães solteiras.
Os comercias dizem que um jovem normal deve buscar diversão, alegria, estar no meio de gente bonita e uma bebidinha para completar. Será que é por isso, que é normal vermos os bares pertos das faculdades lotados, as vezes, mais do que a sala de aula?
Se é normal ser o outro ou a outra. Se é normal ser infiel. Então, é normal ser corno ou corna. Mas essa normalidade ninguém quer para si. Mas pense, é lógico, a uma ação cabe uma reação, causa e consequência.
A normalização da vida banaliza as relações humanas, banaliza a própria vida.
Foi justamente meu encontro com Jesus Cristo, que me tirou de uma vida banal. Pois, seu amor, me mostrou que sou especial e importante, e seu Espírito Santo, que hoje habita em mim, me mostra como devo andar. Aleluias! Glória a Deus!

(Romanos 12:2) E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

As Crônicas Acronológicas:
O mago e o missionário do gelo

Olá, galera! Tudo bom? Sei que estou a um tempão sem postar. Tenho estado na maior correria e tido dificuldades para escrever aqui. Também, tenho vivenciado muitas coisas nesses últimos tempos e senti no coração compartilhá-las com vocês. Coisas que mexem comigo, que me deixam inquieto; coisas que vejo acontecer dentro e fora das igrejas. Por isso, estou criando uma série de post´s, que começa hoje: As Crônicas Acronológicas.

Para começar uma pergunta: vocês assitiram Fantástico domingo?
Sim??? Vocês não estão indo ao culto de domingo a noite? :o)

O Fantástico está exibindo uma série jornalística, que cobre a viagem de Paulo Coelho pela maior ferrovia do mundo, a transiberiana. A série chama: Sibéria, a missão de um mago. Nessa semana, eles chegaram a Novosibirsk, a cidade das mulheres mais lindas da Russia, segundo a reportagem. Foi bacana, pois mostrou um pouco da cidade e de sua história. A cidade se formou em volta de uma ponte da ferrovia, que passa sobre um rio (o rio Ob), e é umas das maiores cidades da Russia, foi centro científico e possui um enorme teatro. Fora isso, a reportagem mostrou as mulheres bonitas e ricas da cidade... vaidade tudo e vaidade.Por que tanto interesse, nesse fim de mundo? Simples, porque todo mês eu recebo um email de um casal (Tibério e Masha) de missionários da JOCUM, que está lá. O Tibério esteve em nossa igreja, compartilhando seus sonhos de fazer uma ETED (escola de missões) no gelo e o Projeto do Rio Ob, projeto de evangelizar as populações ribeirinhas desse rio. Essas populações chegam a ficar isoladas, durante o inverno. A estimativa de vida é muito baixa, nesses povoados. A agricultura quase inexistente, faz com que as pessoas tenham problemas nutricionais. Mas Novosibirsk é linda e rica, diferente de outras cidades a margem do mesmo rio.
Sim é frio, uma vez o Tibério quase teve hipotermia, seu rosto começou a ficar muito branco, enquanto esperavam o ônibus. Tiveram que entrar num estabelecimento comercial para se aquecerem.
É curioso, lá tem o famoso sol da meia-noite. Em julho, Tibério relatou que o pôr-do-sol era as 23h da noite e o nascer do sol as 4h da manhã.
A esposa do Tibério, a Masha, com quem troquei alguns emails antes de irem para Russia, teve vários problemas de saúde.
A cultura também é diferente, até dentro das igrejas evangélicas, que são poucas. Os russos nãos são muito de religião, embora a maioria seja católicos ortodoxicos; herança do socialismo. Ainda hoje outras religiões tem dificuldades de se firmarem. Mas eles aceitam bem as "filosofias" de Paulo Coelho.
Algo que relataram no email, é que lá, em Novosibirsk, uma igreja evangélica não se relaciona com a outra, são até "brigadas", uma não quer trabalhar com a outra, o que dificultou muito o trabalho de nossos missionários. No email de outubro, eles relataram, com tristeza, que não conseguiram o mínimo de 5 pessoas para abrir uma turma e começar a ETED do Gelo.
Veja quanta sincronicidade: população ribeirinha isolada, uma cidade isolada em sua vaidade, igrejas evangélicas isoladas dentro de si próprias. Lembro do Tibério falando de sonhar os sonhos de Deus. Creio que Deus sonha com uma igreja unida, sem denominação, sem placa, sem paredes e sem limites. Uma igreja que vai até aquele que não conhece a Deus, que aumenta e se expande. O corpo vivo, do qual nosso Senhor Jesus Cristo é o cabeça.
Não digo que não deve haver denominações, mas elas não deve gerar separações entre a igreja. Como igrejas evangélicas, devemos juntar forças para fazer a obra de Deus. Será que nossa cidade não é como Novosibirsk? O que podemos fazer para mudar isso? Não há um mago que possa resolver isso num passe de mágica. Então, ficam as perguntas para sua reflexão e orem para maior união das igrejas evangélicas, no mundo todo, em sua/nossa cidade, e por nossos missionários na Sibéria.

(I Coríntios 12:27) Ora, vós sois CORPO de Cristo, e individualmente seus membros.

Somos um corpo.
Fiquem com Deus.